Penso que manter os direitos políticos de Dilma, por baixo da superfície de mais um conluio PT-PMDB-Judiciário, foi a manifestação instantânea de uma má consciência, pelo menos em parte dos senadores que a afastaram. Claro, por fora, a voluntariedade de mais um acordo. Mas por dentro, involuntária e inconscientemente, um mal-estar, cujo sintoma é a fala de Renan: “não sejamos maus”. Hipocrisia disfarçada de resquício moral; máscara mal colocada.
Isso me indica a inconsistência (para mim patente) desse julgamento ridículo e o que todos admitem com perturbadora leniência: que se tratou desde sempre de um processo e julgamento POLÍTICO, e não técnico.
Temer, ao final da sua primeira fala, pede a benção de Deus. Os senadores parecem seguir de perto os preceitos bíblicos: hoje não quebraram os ossos do bode expiatório.